7/31/2021

Covid-19: Espanha libera entrada de voos do Brasil

A Espanha liberou a entrada no país de voos partindo do Brasil, depois de interromper as conexões em fevereiro deste ano, por causa da pandemia de covid-19. O anúncio foi feito hoje (31) pela embaixada espanhola no Twitter e vale a partir do dia 3 de agosto, para familiares de cidadãos espanhóis e para quem tem visto de longa duração, incluindo estudantes.

“A partir do dia 3 de agosto serão permitidos os voos desde o #Brasil para a #Espanha para membros da família de cidadãos espanhóis e portadores de vistos de longa duração, inclusive estudantes. É estabelecida uma quarentena obrigatória para todos os passageiros”, publicou a embaixada na rede social.

No dia 22 de julho a Espanha já havia reaberto suas fronteiras, com restrições, para pessoas de 23 países, mas o Brasil tinha ficado de fora da lista.

Na quarta-feira (28), o secretário-geral do Itamaraty, Fernando Simas Magalhães, se reuniu com o embaixador da Espanha no Brasil, Fernando García Casas, para tratar do assunto, em especial a situação dos estudantes.

As exigências sanitárias para entrar na Espanha incluem um certificado que pode ser o de vacinação, de recuperado de covid-19 com mais de 11 dias ou o teste diagnóstico negativo com no máximo 48 horas. Qualquer um dos certificados deve ser traduzido para o espanhol, inglês, francês ou alemão.

Para a vacinação serão aceitos passageiros que tenham tomado as duas doses da Pfizer, AstraZeneca ou Coronavac pelo menos 14 dias antes da chegada à Espanha, sendo dispensado nesses casos os testes diagnósticos adicionais. A comprovação é feita por meio do certificado digital do Ministério da Saúde, o Conecte SUS, com tradução oficial da embaixada que pode ser requerida pela internet.

Independente da nacionalidade ou da situação de vacinação, todos os viajantes que cheguem à Espanha a partir do Brasil deverão passar por uma quarentena de dez dias, a ser feita no hotel ou domicílio escolhido pela própria pessoa.

As informações foram publicadas no Boletim Oficial do Estado espanhol hoje  e tratam das restrições impostas a países com alto risco sanitário para covid-19, segundo critérios de avaliação como taxa de incidência da doença por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias e percentual da população vacinada.

O Brasil, a África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia e Namíbia foram incluídos na categoria de alto risco, estabelecendo a quarentena para os ocupantes de voos procedentes destes países, para que possa ser feito o acompanhamento e rastreio de possíveis casos importados da doença. Viagens de turismo à Espanha continuam proibidas.



Anvisa recebe pedido para testes de vacina desenvolvida pela UFMG

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou hoje (31) que recebeu pedido para realização de estudos de fase 1 e 2 da vacina SpiNTec. O imunizante está sendo desenvolvido pelo CTVacinas, centro de pesquisas em biotecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fundação Exequiel Dias (Funed).

A análise da Anvisa  considerará a “proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais”.A solicitação foi enviada na última sexta-feira (30).

A agência informou ainda que, antes da formalização do pedido, já havia se reunido com a equipe da UFMG para esclarecimentos. O último encontro foi em 14 de junho. Foram discutidas questões como o andamento dos testes e os aspectos regulatórios que devem ser atendidos para submissão do pedido.



Judô: dirigente vê bom saldo em Tóquio, apesar de queda de rendimento

O judô brasileiro se despediu da Olimpíada de Tóquio (Japão) com duas medalhas de bronze conquistadas. A participação chegou ao fim neste sábado (31), após queda nas quartas de final do torneio por equipes mistas. O resultado é inferior ao dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, quando foram conquistadas três medalhas (sendo uma de ouro, com Rafaela Silva), mas manteve a tradição do Brasil na modalidade. Foi a décima edição seguida em que o país subiu ao pódio olímpico.

"A gente tem a equipe masculina em um processo de renovação, diferente da feminina, que tem atletas experientes e algumas jovens, como a Larissa [Pimenta]. A equipe masculina só tem o Baby [Rafael Silva] com maior bagagem. Esses Jogos foram diferentes. A gente teve muita dificuldade na preparação. Um atleta jovem precisa rodar mais, ter possibilidade de treinar mais com europeus e asiáticos, o que a pandemia [do novo coronavírus] dificultou. A gente buscou alternativas, conseguimos algumas coisas no fim, mas não foi suficiente para chegar como gostaríamos", avaliou Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), em entrevista à comunicação do Ministério da Cidadania.

Dos sete atletas do time masculino, apenas Rafael Silva (que luta na categoria acima de 100 quilos) e Rafael Buzacarini (até 100 kg) tinham disputado alguma Olimpíada anteriormente. Baby, inclusive, acumula duas medalhas olímpicas de bronze. Na delegação feminina, as estreantes foram Gabriela Chibana (até 48 kg) e Larissa Pimenta (até 52 kg). As outras quatro representantes estiveram nos Jogos em outras edições.

"Vejo uma evolução. Em janeiro, fomos ao World Masters [uma das mais importantes competições do circuito mundial], em Doha [Catar], e saímos sem medalha nenhuma. Hoje [sábado] saímos dos Jogos Olímpicos com duas medalhas, com a superação incrível de uma atleta [Mayra Aguiar] para conquistar a terceira medalha olímpica da carreira e um rosto novo [Daniel Cargnin], que trouxe um grande resultado [bronze na categoria até 66 kg], exemplo da renovação. Acho que dentro do que a gente pôde, conseguimos um bom resultado. Mantivemos a chama do judô brasileiro aceso. Claro, gostaríamos de mais, mas a avaliação é boa", ponderou Wilson.

O judô é a modalidade que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil. São 24 ao todo, sendo quatro ouros, três pratas e 17 bronzes.

Brasil em 7º por equipes

Os bronzes nos Campeonatos Mundiais de 2019 e 2021 criaram a expectativa de o Brasil lutar pelo pódio na disputa por equipes. O torneio, inédito na Olimpíada, reuniu judocas em seis categorias pré-determinadas: três masculinas (até 73 quilos, até 90 kg e acima de 90 quilos) e três femininas (até 57 kg, até 70 kg, acima de 70 kg).

Como o Brasil não teve representante na categoria até 57 kg em Tóquio, o posto foi ocupado por Larissa Pimenta, que compete um peso abaixo (até 52 kg). Outra improvisação, essa de última hora, teve de ser feita na categoria acima de 70 kg - onde as titulares costumam ser as judocas da categoria acima de 78 kg. Com a lesão de ligamento de Maria Suellen Altheman na sexta-feira (30), Mayra Aguiar foi ao tatame no lugar. Medalhista entre as atletas até 78 kg, a gaúcha, assim como Larissa, teria de encarar rivais mais pesadas que o usual.

O Brasil estreou contra a Holanda. Mayra e Daniel venceram seus combates, mas Larissa, Maria Portela, Rafael Macedo e Baby não resistiram e os brasileiros foram derrotados por 4 a 2, caindo para a repescagem, onde poderiam disputar o bronze. Diante de Israel, Mayra e Portela saíram vitoriosas do tatame, mas Larissa, Eduardo Barbosa, Eduardo Yudy Santos e Rafael Buzacarini não tiveram a mesma sorte e os israelenses ganharam o duelo por 4 a 2.

O ouro por equipes ficou com a França, que surpreendeu o anfitrião - e principal favorito - Japão por 4 a 1. O resultado teve gosto de revanche para os europeus, que haviam perdido as finais dos últimos quatro Mundiais para os japoneses. Israel (superando o Comitê Olímpico Russo) e Alemanha (batendo a Holanda) levaram o bronze.



Museu da Língua Portuguesa é reaberto com presença de autoridades

O Museu da Língua Portuguesa, instalado na histórica Estação da Luz, foi reinaugurado hoje (31) com a presença de representantes de países lusófonos, entre eles os presidentes de Cabo Verde e Portugal. O português Marcelo Rebelo de Sousa condecorou a instituição com a Ordem de Camões, a honraria foi concedida pela primeira vez. O público poderá visitar o espaço a partir deste domingo (1º).

O prédio sofreu um incêndio de grandes proporções em 21 de dezembro de 2015 e teve que ser completamente reformado. Além do conteúdo das exposições, que foi revisto e ampliado, o museu contará, a partir da reabertura, com um novo terraço, com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, e instalações de reforço da segurança contra incêndio.

“Aqui viemos para dizer que uma língua é uma alma feita de milhões de almas, pela qual se ama, se sofre, se cria, se chora, se ri, se pensa, se escreve, se fala”, celebrou Sousa. O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, destacou a união dos países lusófonos e as contribuições de escritores. “Uma língua que foi cada vez mais apropriada e reconstruída e acarinhada, afagada pelos deuses, os deuses da nossa língua comum são, para além dos nossos povos humildes, aquelas que a melhor a trabalham e divulgam.”

Foram investidos cerca de R$ 85 milhões nas obras de reconstrução com diversos apoiadores privados e do governo do estado de São Paulo e do governo federal, pela Lei de Incentivo à Cultura. As obras começaram em 2017 e foram acompanhadas pelos órgãos federais, estaduais e municipais de proteção do patrimônio histórico e artístico.

“Este é o primeiro museu do mundo dedicado a um idioma e que está de volta depois de um longo período de reforma. (...) Voltou melhor, com mais recursos, mais tecnologia, ampliado e fortalecido com todos os cuidados que foram objeto dessa reconstrução do museu”, declarou o governador de São Paulo, João Doria.

Exposições

Novas instalações entre as exposições de longa duração marcam a reabertura do museu. Elas ficam dispostas no segundo e no terceiro andar do prédio. Entre as novidades, está a “Línguas do mundo”, na qual mastros se espalham pelo hall com áudios em 23 diferentes idiomas. Foram escolhidas línguas, entre as mais de 7 mil existentes, que tenham relação com o Brasil, incluindo expressões originárias, como yorubá, quimbundo, quéchua e guarani-mbyá.

Os sotaques e as expressões do português no Brasil ganham espaço na instalação “Falares”. E os “Nós da Língua Portuguesa” mostram os laços e a diversidade cultural entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O idioma é falado em cinco continentes por 261 milhões de pessoas.

Continuam a ser exibidas, assim como nos quase 10 anos em que o museu esteve ativo, a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra influências históricas no português falado no Brasil e a “Praça da Língua”, que homenageia a língua falada, escrita e cantada com um espetáculo de som e luz. A praça, uma espécie de planetário, traz poemas e músicas interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele. 

O museu tem curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto e contou com a colaboração de artistas, músicos, linguistas, entre outros profissionais.



Seleções de vôlei podem encerrar primeira fase olímpica na liderança

As seleções feminina e masculina de vôlei podem encerrar a primeira fase dos respectivos torneios na Olimpíada de Tóquio (Japão) na liderança dos grupos. A situação mais favorável é a das mulheres, que chegaram neste sábado (31) a quarta vitória em quatro jogos ao superarem a Sérvia por 3 sets a 1, com parciais de 25/20, 25/16, 23/25 e 25/19, mantendo a ponta do Grupo A. Nesta segunda-feira (2), as brasileiras enfrentam o já eliminado Quênia às 9h45 (horário de Brasília).

O time masculino volta à quadra também neste sábado, às 23h05, para duelar com a França. Para terminar o Grupo B em primeiro, o Brasil tem que vencer os franceses (que precisam ganhar para garantir a classificação) e torcer por um tropeço do Comitê Olímpico Russo diante da Tunísia, lanterna da chave e sem chances de chegar às quartas de final. Brasileiros e russos acumulam três triunfos e uma derrota, mas eles ficam na frente pelo saldo de sets (cinco a três).

 

Tandara comanda triunfo feminino

A vitória da seleção feminina sobre a Sérvia teve Tandara como protagonista, com 19 pontos. A oposta fez valer o entrosamento com a levantadora Roberta, com quem atua no Osasco e que entrou no lugar da contundida Macris, que se recupera de uma entorse no tornozelo.

Tandara comanda vitória do Brasil
Tandara comanda vitória do Brasil - Divulgação/FIVB

"Estamos mostrando como o nosso grupo é forte. Tenho que agradecer as jogadoras por todo o apoio que tenho recebido. A Olimpíada é um campeonato de tiro curto e precisamos de todas as 12 jogadoras. Treinei muito para esse momento e hoje [sábado] joguei mais confiante. Agora é pensar nos próximos desafios", disse Tandara, em depoimento à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

Confirmando a melhor campanha do Grupo A, o time de José Roberto Guimarães - que celebrou 67 anos de vida neste sábado - enfrenta o quarto colocado do Grupo B nas quartas de final. A adversária, neste momento, seria a Turquia, a quem o Brasil superou por 3 sets a 1 na última rodada da primeira fase da Liga das Nações, em junho.

 

Seleção masculina reencontra rival

A seleção masculina terá pela frente um adversário contra a qual é acostumada a fazer grandes e difíceis partidas. Só em 2021, já será o terceiro embate entre Brasil e França, com uma vitória para cada lado, ambos pela Liga das Nações. Na fase inicial, os europeus venceram por 3 a 0, com direito a um 39/37 no primeiro set. Na semifinal, os brasileiros - que ficariam com o título - levaram a melhor e devolveram o 3 a 0.

Se permanecer na segunda posição do Grupo B, o Brasil encara o terceiro colocado da outra chave (neste momento, o Canadá). Caso se classifique na liderança, o adversário brasileiro será o quarto melhor time do Grupo B, posto atualmente ocupado pelo anfitrião Japão.

"Temos que buscar a melhor classificação possível e depois pensar com quem vamos cruzar do outro grupo. Temos um jogo fundamental contra a França e que vai ser para eles também, já que perderam algumas partidas. Vamos entrar com a mesma disposição. É assim que o Brasil sabe jogar", afirmou o técnico Renan dal Zotto, ao site da CBV, após a vitória por 3 a 1 sobre os Estados Unidos na quinta-feira (29), que garantiu à seleção a vaga antecipada às quartas de final.



Covid-19: Escassez de doses e desigualdade marcam vacinação na África

Dificuldades logísticas, escassez de doses e forte desigualdade entre os países marcam a campanha de vacinação contra a covid-19 no continente africano. Enquanto o Marrocos conseguiu imunizantes o suficiente para 36,32% da sua população, Burundi e Eritreia não receberam nenhuma dose, segundo os dados dessa sexta-feira (30) do Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África).

Outros países receberam quantidades irrisórias de imunizantes, como Saara Ocidental, com 20 mil doses para uma população de 600 mil pessoas, Sudão do Sul, que recebeu 60 mil doses e tem 11,2 milhões de pessoas ou a República Centro-Africana, com 80 mil doses para 4,8 milhões de pessoas.

De acordo com o CDC África, o país mais adiantado na vacinação é o Marrocos, que recebeu 26,8 milhões de doses para uma população de 36,9 milhões de pessoas, tendo aplicado as duas em 26,89% das pessoas e a primeira em 33,93%.

O segundo país que mais vacinou foi a África do Sul. Com população de 59,3 milhões de pessoas, recebeu 8,7 milhões de doses, aplicou a primeira em 11,56% das pessoas e 0,57% recebeu a segunda dose. O Egito, com 102,3 milhões de pessoas, recebeu 7,3 milhões de doses e imunizou completamente apenas 1,46% da população. Um total de 3,57% dos egípcios recebeu a primeira dose.

O país mais populoso do continente, a Nigéria, com 206 milhões de pessoas, recebeu 3,9 milhões de doses, tendo aplicado a primeira em 1,23% da população e imunizado completamente apenas 0,68% com as duas doses, já esgotando o estoque disponível.

Dificuldades

De acordo com o pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz) Augusto Paulo Silva, em entrevista ao portal da Fiocruz, a União Africana, que reúne os 55 países do continente, aderiu à iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) Covax Facility, para a aquisição de vacinas contra a covid-19. Porém, as doses estão longe de ser o suficiente para o continente, que tem 1,2 bilhão de habitantes.

“A União Africana também aderiu à Covax. Só que muito antes de os europeus começarem a doar vacinas para a Covax, doaram dinheiro. Mas esse dinheiro nunca foi suficiente. Para o abastecimento e fornecimento da Covax, contava-se com China e Índia. Mas a Índia teve uma explosão de casos, as vacinas começaram a não ser suficientes, e a Covax passou um tempo quase seca”.

Segundo o escritório regional da OMS na África, 43 países africanos aderiram ao Covax, garantindo vacinas para 20% da população, com 600 milhões de doses. Desse total, 82 milhões já foram entregues e 63,8 milhões aplicadas até o momento. O pesquisador explica que a segunda opção do continente são os 400 milhões de doses que a União Africana tentou garantir de forma suplementar, por meio da Equipe de Intervenção para a Aquisição de Vacinas (AVATT, do inglês African Union’s COVID-19 Vaccine Acquisition Task Team), mas os países terão que pagar por essas vacinas.

“A União Africana, por meio dos seus bancos de fomento, agiu como se fosse caução para garantir o pagamento. E o Banco Mundial está fornecendo dinheiro aos países para adquirirem essas vacinas. Mas a maioria está endividada, tem tetos de gastos já limitados pelo Banco Mundial por causa dos programas de ajuste estruturais”.

Silva detalha, também, o problema logístico para a distribuição das doses, em uma região carente de infraestrutura de transporte e de saúde.

“Um programa de imunização tem toda uma logística por trás. E essa logística tem gastos. Por isso, muitos desses 55 países tiveram que devolver vacinas porque não conseguiram aplicá-las por falta de dinheiro para sustentar as campanhas. Precisam de câmaras frias, geradores. E como o Estado está endividado, não tem como bancar isso. São problemas estruturais que vêm lá de trás e que foram exacerbados pela pandemia. É por isso que a vacinação na África é muito lenta, não só por falta de imunizantes, mas por toda a cadeia de infraestrutura e logística”.

Covid-19 na África

De uma forma geral, o continente surpreendeu o mundo com a relativa baixa taxa de contágio o óbitos pelo novo coronavírus. Segundo Silva, explicações possíveis para o fenômeno incluem a pouca conectividade de muitos países africanos com outros continentes e também entre si, além da faixa etária média mais baixa que a da população mundial.

Comparativo de casos e mortes por covid-19
Comparativo de casos e mortes por covid-19 - Arte Agência Brasil

O continente todo tem população de 1,2 bilhão de pessoas e registra, até o momento, cerca de 6,7 milhões de casos de covid-19, segundo dados do Wordometers. O número é um terço do registrado no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, população seis vezes menor. Ou seja, a África está com uma taxa de incidência da doença de 558,3 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa é de 9.460,2, segundo dados desta sexta-feira (30) do Ministério da Saúde.



Aneel: bandeira tarifária de agosto se manterá vermelha

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira vermelha, patamar 2, para o mês de agosto. Com isso, o custo de cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumido continua sendo de R$9,492. Segundo a agência, não houve mudança nos cenários hidrológicos do país. Ou seja, os reservatórios das usinas hidrelétricas ainda sofrem com o período de seca, forçando o uso de fontes de energia mais caras.

“Agosto inicia-se com igual perspectiva hidrológica, com os principais reservatórios do SIN [Sistema Interligado Nacional] em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos”, explicou a Aneel.

Em períodos de seca e consequente baixa nos níveis dos reservatórios, é necessário captar energia de outros tipos de usina, como as termelétricas. Esse tipo de usina gera energia a partir de combustíveis fósseis, como diesel e gás. Além de ser mais poluente, é mais cara. Por isso, quando as termelétricas são acionadas, o custo da geração de energia aumenta e a bandeira tarifária muda.

Dentre as dicas trazidas pela Aneel para reduzir o valor da conta de luz, estão o uso racional do chuveiro elétrico (banhos mais curtos e em temperatura morna), do ar condicionado (manter os filtros limpos e reduzir ao máximo seu tempo de utilização) e do ferro de passar (juntar roupas para passar de uma só vez e começar por aquelas que exigem menor temperatura).



Hospital do Câncer de Presidente Prudente será credenciado ao SUS

O Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente (SP) será credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia conta com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do  ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A instituição - que mudará o nome para Hospital Esperança - será credenciada como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), com serviço de hematologia, oncologia pediátrica e radioterapia custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  A partir de agora o ministério da Saúde repassará diretamente ao hospital R$ 7,8 milhões anuais para custeio das atividades. Antes, os recursos chegavam via Santa Casa.

Assista ao vivo:



Pinacoteca abre exposição sobre pintor modernista John Graz

Começa hoje (31) na Pinacoteca de São Paulo uma mostra com 155 itens do artista suíço John Graz um dos mais importantes nomes do modernismo no Brasil. A a exposição John Graz: idílio tropical e moderno, reflete a visão particular do artista sobre o Brasil, país onde viveu a partir de 1920. A exibição revisita a obra de Graz, com foco em sua atuação como artista visual e a dedicação de seus trabalhos à temática indígena, a fauna, flora, história e cultura popular brasileiras.

Segundo a curadoria de Fernanda Pitta, curadora sênior, e Thierry Freitas, assistente curatorial do museu, a seleção dos trabalhos inclui um conjunto de itens doados pelo Instituto Graz à Pinacoteca e empréstimos de outras instituições e coleções privadas. A programação ocorre no ano que antecede o centenário da Semana de Arte Moderna, que teve Graz como um dos participantes.

A organização das obras segue núcleos temáticos relacionados aos principais assuntos trabalhados pelo artista em sua produção: Arcádia; Temática Indígena; Natureza brasileira, História e cultura popular; indigenismo e abstração e design. Tudo pode ser visto no segundo andar da Estação Pinacoteca.

A curadoria destacou ainda a dedicação de Graz à criação de um imaginário moderno e tropical, a partir de suas pinturas, desenhos e estudos, refletindo também sobre a multiplicidade e versatilidade do artista. “Nessas obras aparecem representações de indígenas, imagens da natureza, festividades como o carnaval e festas gaúchas, trabalhadores brasileiros como os jangadeiros, além de narrativas históricas, como as que retratam a invasão portuguesa no Brasil”, disse a curadoria.

Pinacoteca abre exposição sobre John Graz
A programação ocorre no ano que antecede o centenário da Semana de Arte Moderna - Reprodução/Pinacoteca/Direitos reservados

De acordo com a Fernanda Pitta, um dos maiores núcleos da mostra é composto pela temática indígena e ainda que não seja possível saber ao certo o que despertou esse interesse, é possível perceber uma concepção romantizada do tema. “Assim como uma forte relação com uma certa ideia de forma primitiva, sintética e quase abstrata, explorada por artistas das vanguardas, refletida no alongamento das figuras, nas extremidades ora pontiagudas, ora compactas, de seres humanos, animais e plantas".

A exposição exibe ainda mobiliários que demonstram o interesse do artista pela criação de um design moderno e brasileiro, além de estudos de arquitetura, decoração e fotos dos ambientes que o artista idealizou. 

A exposição conta com um catálogo de 80 páginas com texto crítico dos curadores Fernanda Pitta e Thierry Freitas, um ensaio do professor e pesquisador Horacio Ramos e uma cronologia completa do artista elaborada por Daniel Ribeiro e Gabriela Gotoda. A publicação é bilíngue português-inglês e estará disponível na loja do museu.

A mostra fica aberta até 31 de janeiro de 2022.



Paulo André decide vaga na final olímpica dos 100 m neste domingo

O Brasil terá um representante nas semifinais dos 100 metros (m) rasos da Olimpíada de Tóquio (Japão). Neste sábado (31), Paulo André Camilo de Oliveira fez o terceiro melhor tempo da sexta bateria das eliminatórias da prova mais nobre do atletismo, com 10s17. A melhor marca pessoal do brasileiro é 10s02. No domingo (1º), a partir das 7h15 (horário de Brasília), o paulista de 22 anos, radicado no Espírito Santo, disputa um lugar na final, que será no mesmo dia, às 21h05, novamente no Estádio Olímpico da capital japonesa.

A bateria de Paulo André foi vencida pelo sul-africano Akani Simbine, com 10s08. No geral, o brasileiro fez a 26ª melhor marca. O canadense André de Grasse, que foi bronze nos 100 m nos Jogos do Rio de Janeiro, há cinco anos, foi o mais rápido da eliminatória, com 9s91.

"Tive uma boa saída, mas uma má aceleração, eles fugiram um pouco, mas eu me tranquilizei e consegui acompanhar e atacar no final e classificar. Entrei para fazer uma prova por tempo, mas no meio dela tive de ter paciência para mudar a estratégia e consegui. Agora é trabalhar mentalmente na minha recuperação para chegar à semifinal bem", disse o velocista, em comunicado divulgado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Paulo André é filho do ex-velocista Carlos José Camilo de Oliveira, que representou o Brasil em competições internacionais e perdeu a Olimpíada de Los Angeles (Estados Unidos), em 1984, por causa de uma lesão. Carlos é também o treinador do filho, mas não foi convocado para integrar a comissão técnica da seleção brasileira - o que gerou uma reclamação pública do atleta no Instagram, na ocasião.

“Não vou negar que estou sentindo falta, mas isso não é desculpa e estou em contato com ele a todo o momento. Tem internet para a gente ficar perto", comentou Paulo André, que leva no peito, junto com o número, o nome "Camilo", em homenagem ao pai.

 

Paulo André - Representante nos100m
Paulo André - Representante nos100 m - Wagner Carmo/CABt

 

Outros dois brasileiros disputaram vagas na semifinal dos 100 m, mas não avançaram nas eliminatórias. O catarinense Rodrigo Nascimento ficou em sexto lugar na sétima bateria, com 10s24. O paulista Felipe Bardi foi o quinto na segunda série, com 10s26.

Também neste sábado, o gaúcho Samory Uiki e o paranaense Alexsandro Melo não conseguiram classificação à final do salto em distância. Samory saltou 7,88 metros e ficou em 16º no geral, enquanto Alexsandro atingiu 6,95 m e terminou a eliminatória em 29º. Este último, porém, compete novamente no domingo, desta vez no salto triplo, prova em que é especialista.



Em virada histórica, Stefani e Pigossi ganham bronze inédito no tênis

As tenistas Luisa Stefani e Laura Pigossi fizeram história na Olimpíada de Tóquio (Japão). Neste sábado (31), as paulistas conquistaram a medalha de bronze das duplas femininas ao derrotarem Elena Vesnina e Veronika Kudermetova, do Comitê Olímpico Russo, por 2 sets a 1, com parciais de 4/6, 6/4 e 11.

É a primeira vez que o Brasil será representado no pódio olímpico do tênis. Nos Jogos de Atlanta (Estados Unidos), em 1996, Fernando Meligeni chegou à disputa do bronze, mas ficou na quarta posição. A medalha será entregue neste domingo (1º), após a decisão do ouro entre as tchecas Barbora Krejcíkova e Katerina Siniakova e as suíças Viktorija Golubic e Belinda Bencic, as algozes de Stefani e Pigossi na semifinal, em horário a ser definido.

As brasileiras tiveram a participação confirmada na Olimpíada faltando uma semana para o início, após várias desistências. Elas estrearam superando Gabriela Dabrowskim e Sharon Fichman, do Canadá, na primeira rodada. Em seguida, passaram pelas tchecas Karolina Pliskova e Marketa Vondrousova, de virada. Nas quartas, surpreenderam (também de virada) as favoritas Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula, dos EUA, até a queda na semifinal para Golubic e Bencic.

"Não caiu a ficha do quanto é importante para gente essa medalha. Entramos aos 45 do segundo tempo na Olimpíada e só queríamos representar o Brasil da melhor maneira. Acreditem meninas, acreditem, sempre. Sonhem e trabalhem duro cada dia que vocês podem conquistar, é o meu recado. Escutei uma frase e escrevi no meu caderno antes de vir pra cá: 'jogue pelo amor e não pelo resultado'. E foi assim, estamos muito felizes de trazer essa medalha para casa, para o tênis brasileiro", celebrou Stefani, após o jogo, em comunicado à imprensa.

A partida contra Vesnina e Kudermetova foi de superação a todo instante. Stefani e Pigossi viram as russas abrirem 4 a 1, buscaram o empate, mas cederam uma quebra de serviço e perderam o primeiro set por 6/4. Na parcial seguinte, o cenário se inverteu, com as brasileiras fazendo 2 a 0 e administrando a vantagem para fecharem o set, também em 6/4.

A medalha seria decidida no match tie-break (melhor de dez pontos, em que os tenistas se alternam no serviço a cada dois saques). As russas começaram melhor e abriram 9 a 5 no placar, com quatro chances de fechar a partida. As brasileiras não desistiram, salvaram os match points, viraram o marcador e venceram o jogo após um erro de devolução das rivais.

A conquista de Stefani e Pigossi foi celebrada em publicações de Bruno Soares e Marcelo Melo - que também integram a seleção brasileira de tênis em Tóquio - no Instagram.

 

Além deles, o ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, ex-número um do mundo, também comemorou o feito da dupla feminina brasileira pelas redes sociais.



Atletas devem ser acompanhados por psicólogos, defendem especialistas

A saúde mental de atletas de alto rendimento tem ganhado destaque durante os jogos olímpicos de Tóquio. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil ressaltam a importância do acompanhamento psicológico durante a trajetória dos atletas e defendem a presença de um profissional especializado em psicologia do esporte nas equipes técnicas de treinamento, desde a base até a chegada a competições de maior visibilidade.

Os atletas estão sujeitos a pressões que afetam a saúde mental assim como qualquer outro profissional. No entanto, além de questões que afetam a população em geral, como a atual pandemia, dificuldades financeiras, o machismo e o racismo, eles enfrentam, de forma sobreposta, situações características inerentes à sua atuação, como pouca margem para erros, expectativas, prazos de competições, além da rotina exigente de treinos. Os prejuízos à saúde mental podem ser minimizados ou evitados se houver acompanhamento psicológico especializado.

“Considerando que o atleta é uma pessoa que não vive isolada das questões maiores da sociedade, tudo o que desestabiliza essa pessoa tanto no seu grupo social menor como as questões de ordem macrossocial interferem no rendimento do atleta. Por exemplo, a pandemia, a morte de um ente querido, uma lesão, às vezes até a mudança da data de uma competição é geradora de desestabilização para o atleta”, explicou a psicóloga Katia Rubio, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Como tais questões podem interferir no desempenho do atleta depende das competências emocionais de cada um e do acompanhamento profissional. Alguns lidam muito bem com o que não foi planejado, outros seguem à risca um projeto de treinamento e se desestabilizam diante de qualquer imprevisto. “É super importante [a presença do psicólogo] porque é possível acompanhar proximamente todas essas questões e a necessária correção de rota para que ele siga cumprindo com aquilo que foi planejado.”

Além disso, Katia ressaltou que a presença do psicólogo neste cenário ajuda a combater abusos sofridos pelos atletas. “A escuta do psicólogo é uma escuta privilegiada e, por isso, é preciso também preparar as instituições para lidar com aquilo que a escuta do psicólogo traz para as instituições. Isso porque muitas vezes as instituições são coniventes com o agressor, porque normalmente o agressor está em posição de poder”, disse Katia.

Baixa tolerância

Professora da Faculdade de Educação Física da Universidade de Campinas (Unicamp), a psicóloga Paula Teixeira Fernandes destacou que todo ser humano está suscetível à baixa tolerância, à frustração e que a grande questão do esporte de alto rendimento é saber lidar com as adversidades que acontecem no momento da prova.

“Um grande exemplo agora é o de Ítalo Ferreira, que no meio da prova, com o tempo rodando, teve a prancha quebrada. Tem pessoas que, com uma prancha quebrada, desistem. Ele foi lá, trocou a prancha e conseguiu”, disse.

Na final olímpica do surfe, em Tóquio, o atleta do surfe Ítalo viu sua prancha quebrar durante a prova. Ele voltou para a areia, pegou outra prancha e deu continuidade à sua participação na competição, levando a medalha de ouro ao final da prova.

Paula citou ainda a questão da satisfação em desempenhar determinada modalidade. “Quando você tem a felicidade e faz porque gosta, o rendimento fica melhor. Inclusive uma das estratégias para melhorar o desempenho que nós, psicólogos, usamos é exatamente isso, é você pensar em situações felizes, porque isso faz com que todo o nosso sistema cerebral se organize de uma maneira diferente e o rendimento aconteça. As pessoas ficam só preocupadas com resultado e nós vamos sempre nos preocupar com o processo”, explicou Paula.

Cuidados preventivos

Para a presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp), Thabata Castelo Branco Telles, é importante que o processo de preparação do atleta inclua o cuidado com a parte psicológica durante todo o treinamento, e não sejam realizados apenas trabalhos pontuais como palestras motivacionais ou uma preparação psicológica apenas semanas antes da competição.

“A ideia é que a gente tenha um processo preventivo, cotidiano, para que depois a gente não vá viver de apagar incêndio, para que não esperemos que uma coisa muito grave aconteça, que o atleta queira desistir do esporte, que não aguente mais, que chegue em um nível muito pesado para a gente começar a se preocupar com isso. Realmente [acompanhamento psicológico] precisa fazer parte dessa rotina mesmo do atleta”, disse Thabata.

A psicóloga observou que, além das adversidades características, questões como o machismo e o racismo podem afetar a saúde mental dos atletas, já que o esporte não existe apartado da sociedade, e são fatores que devem ser levados em consideração. “Se a gente tem situações frequentes de machismo e racismo ainda hoje na nossa sociedade, isso vai acontecer no esporte também. Se há situações de abuso e assédio, isso vai ocorrer no esporte também. O esporte está dentro de uma cultura, de uma sociedade, e tudo isso vai fazer parte da saúde mental daquele indivíduo.”

Para mitigar os impactos na saúde mental dos atletas, a professora da Unicamp, Paula Fernandes, afirmou que é preciso ter uma rede de apoio, desde a família até a comissão técnica, e um preparo de forma integral. “Nós sempre vamos pedir uma comissão técnica interdisciplinar, que trabalhe com diferentes áreas: preparador físico, treinador, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, médico, todo mundo que está ali envolvido, conversando com o atleta, tendo uma comunicação importante”.

Ela ressalta que, em alguns momentos de decisão no esporte, principalmente quando os fatores técnicos, táticos e físicos dos competidores são muito semelhantes, como é o caso de atletas olímpicos, o aspecto psicológico pode ser o diferencial durante as provas.

“Quando a gente tem todos os treinamentos integrados, conseguimos fazer com que o atleta desenvolva melhor todas as habilidades que ele tem. Quando a gente consegue trabalhar as competências psicológicas relacionadas ao esporte [atenção, foco, autoestima, autoconfiança], a gente está trabalhando as competências psicológicas relacionadas à vida, e isso é fundamental”, disse Paula.

A professora da USP, Katia Rubio, concorda com o papel importante de um psicólogo do esporte nas comissões técnicas. “Esse seria o melhor dos mundos, que toda equipe tivesse não só um psicólogo, mas um psicólogo especialista em esporte, porque nem sempre um psicólogo generalista, um psicólogo clínico, por exemplo, consegue entender a especificidade do esporte para poder orientar de forma apropriada um atleta.”

Avanços da psicologia do esporte

Já houve avanço na presença desses profissionais nas equipes, reconheceu Katia ao citar que especialistas em psicologia do esporte seguiram para Tóquio, acompanhando a delegação brasileira. Mas avaliou que esse acompanhamento deve vir desde o começo do desenvolvimento do atleta.

“Essa atuação [dos psicólogos do esporte] ainda tem que chegar aos clubes, à base. É fundamental que um atleta ou uma atleta cresça e se desenvolva compreendendo que esse é um trabalho tão importante quanto é a preparação física, a nutrição, a fisiologia, e que o trabalho psicológico é só mais uma das especialidades da ciência do esporte que contribuem para do desenvolvimento do atleta”, disse.

A presença de um psicólogo do esporte nas equipes de treinamento dos atletas de alto rendimento não deve ser vista como um bônus, mas como parte integrante da preparação daquele indivíduo, conforme avalia a presidente da Abrapesp. “Às vezes parece que estamos falando de uma coisa extra, como se fosse um bônus, mas na verdade não é isso. Ele [psicólogo] deve fazer parte, vai ter benefícios óbvios no sentido de que, se a gente entende o atleta como alguém que tem um corpo e uma mente, a gente precisa cuidar das duas coisas.”

O reconhecimento da importância do psicólogo do esporte no contexto de alto rendimento já ocorre atualmente, segundo Thabata, mas ainda há o que avançar. “O que falta hoje é termos um trabalho mais sistemático, um trabalho contínuo, que não seja com quebras - porque às vezes isso depende de ciclo olímpico, de verba. É comum encontrar um atleta que fez esse trabalho preparação psicológica em algum momento e depois não fez mais por conta dessas quebras.”

Thabata ressaltou a importância de que o trabalho seja feito de forma mais abrangente e acessível. “Porque, quando a gente fala em termos de Brasil, uma coisa é falar da realidade dos clubes do eixo Rio-São Paulo, outra coisa é falar disso no norte do país. Acho que tem que ter uma abrangência também, tem que ter uma sistematização e uma consistência dessa área [psicologia do esporte] em todo o país.”



Brasil vence Egito e vai à semifinal do futebol masculino olímpico

O Brasil avançou à semifinal do torneio de futebol masculino da Olimpíada de Tóquio (Japão). Neste sábado (31), a seleção comandada por André Jardine derrotou o Egito por 1 a 0 no estádio de Saitama pelas quartas de final.

Na próxima terça-feira (3), os brasileiros decidem vaga na final contra o México, às 5h (horário de Brasília), no estádio de Kashima. Os mexicanos se classificaram ao golearam a Coreia do Sul por 5 a 2 na prorrogação, no estádio de Yokohama. No mesmo dia, às 8h, Japão e Espanha disputam a outra semifinal em Saitama.

Os brasileiros dominaram as ações ofensivas desde os primeiros minutos, apesar da boa marcação egípcia e da falta de pontaria. A insistência foi premiada aos 36 minutos. Richarlison avançou na esquerda e cruzou rasteiro para o também atacante Matheus Cunha, no meio da área, dominar e bater no canto do goleiro Mohamed El-Shenawy. Aos 45, o volante Douglas Luiz quase aumentou em cobrança de falta.

A pressão seguiu no segundo tempo, mas os erros de conclusão impediram que o Brasil ampliasse a fatura. A notícia preocupante ficou por conta da lesão de Matheus Cunha, que sentiu uma dor muscular na perna esquerda logo no início da etapa final e teve que ser substituído pelo atacante Paulinho.

Também na terça, às 8h, Japão e Espanha fazem a outra semifinal em Saitama. Neste sábado, os japoneses venceram a Nova Zelândia por 4 a 2 nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal em Kashima. Os espanhóis golearam a Costa do Marfim por 5 a 2 na prorrogação. A final olímpica será no próximo sábado (7), às 8h30, em Yokohama.



Autorização de viagem para menores de 16 anos poderá ser feita online

A partir de segunda-feira (2), os pais poderão emitir pela internet uma autorização para que seus filhos menores de 16 anos possam viajar sozinhos em voos nacionais.

O novo procedimento foi regulamentado neste ano pela Corregedoria Nacional de Justiça e implementado pelo Colégio Notarial do Brasil, que congrega mais de 9 mil cartórios espalhados pelo país.

Até agora, para que um menor de 16 anos pudesse viajar desacompanhado era necessário preencher um formulário em papel, que deveria ser assinado e ter firma reconhecida em cartório, para depois poder ser apresentado às empresas de transportes.

Agora, a Autorização Eletrônica de Viagem (AEV) permite realizar o procedimento inteiramente online, por meio da plataforma e-Notariado, que dispensa o comparecimento ao cartório para diversos serviços.

Na plataforma, os pais poderão realizar uma videoconferência com o notário, que após confirmar a autorização para a viagem, por prazo ou por trecho apontado. Um QR Code para verificação será então emitido e poderá ser apresentado nos guichês das companhias aéreas pelo celular ou impresso em papel.

Por essa via, a autorização poderá ser cancelada a qualquer momento pelos pais ou responsáveis, e o QR Code deixa de funcionar.

Nesse primeiro momento, a opção pela Autorização Eletrônica de Viagem (AEV) é disponibilizada apenas para as viagens aéreas nacionais. A previsão, contudo, é que a facilidade seja ampliada para voos internacionais e meios rodoviários e hidroviários, embora ainda não haja prazo para a expansão.

Desde 2011 a autorização de viagem para menores pode ser feita extrajudicialmente, diretamente nos cartórios, após uma regulamentação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nos casos mais complexos, com conflito entre os pais, por exemplo, pode ser necessário uma decisão judicial para permitir o embarque.



Botafogo e Vasco disputam clássico carioca na Série B

Botafogo e Vasco jogam, neste sábado (31), às 21h (horário de Brasília), no Estádio Nilton Santos, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. A Rádio Nacional transmite o duelo com narração de André Luís Mendes, comentários de Waldir Luiz e plantão de Bruno Mendes.

Acompanhe Botafogo x Vasco , às 21h, clique abaixo:

O Alvinegro vem de duas vitórias seguidas contra Goiás e Confiança-SE. O time do zagueiro Gilvan também não levou gols nesta duas últimas partidas, o quê aumenta a confiança do Glorioso para o Clássico da Amizade. “Sabemos que é um jogo muito difícil”, comentou o defensor alvinegro.

Já o Vasco tenta se reabilitar da derrota, no meio da semana, para o São Paulo por 2 a 0 pela Copa do Brasil.  O técnico Lisca vai comandar o cruzmaltino pela terceira vez. Na partida de estreia, goleou o Guarani por 4 a 1. Lisca não vai contar com o lateral Zeca, suspenso pelo terceiro cartão amarelo e MT pode jogar improvisado na posição já que o reserva Riquelme está contundido

O Vasco soma 22 pontos na série B e ocupa a sétima posição da tabela. Enquanto, o Botafogo vem no décimo-primeiro lugar com 19 pontos.

Confira aqui a classificação da Série B.



Inteligência artificial pode desafogar sistema de saúde na pandemia

Estudo feito em parceria por pesquisadores da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fundação Getulio Vargas (FGV) e Instituto Laura Fressatto provou que atendimentos feitos com uso de inteligência artificial, por meio do robô Laura Care, ajudaram a desafogar o sistema de saúde durante a pandemia de covid-19.

O médico Murilo Guedes, pesquisador pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da PUCPR, disse à Agência Brasil que foi desenvolvido um algorítimo de inteligência artificial (IA) que tem a capacidade de fazer a triagem de pacientes com covid-19. “O paciente entra em contato com a plataforma do robô Laura e digita algumas informações que o robô identifica e interpreta. O paciente tanto pode receber informações, como prevenção, vacinas e orientações sobre covid-19, mas também pode descrever os sintomas [que está sentindo] para o algorítimo”.

A partir da descrição dos sintomas, o algorítimo detecta a gravidade da doença no paciente, disponibilizando as informações para um profissional de saúde. A ferramenta funciona como um pronto atendimento digital, fazendo triagens e encaminhamentos para o atendimento e acompanhamento de pacientes.

Se o paciente é classificado como leve, ele continua em interação com o robô, fazendo atualizações a cada três dias para que sejam tomadas as medidas apropriadas. Se o paciente piora, o robô redireciona o paciente para um teleatendimento com enfermeiro ou médico, para consulta por mensagem ou vídeo.

Segundo Murilo Guedes, a ferramenta permite o atendimento por níveis de cuidado, otimizando o uso inteligente dos recursos e o atendimento imediato do usuário.

Análises

O trabalho analisou atendimentos feitos por essa plataforma a 24,1 mil pessoas, entre julho e outubro de 2020, em três municípios: Curitiba (PR), São Bernardo do Campo (SP) e Catanduva (SP). Desse total, 44,8% dos pacientes foram classificados com sintomas leves de covid-19, 33,6% dos casos foram considerados moderados e apenas 14,2% foram diagnosticados como casos graves da doença.

Segundo os pesquisadores, o atendimento feito com inteligência artificial, ao mesmo tempo que se apresenta como solução para a triagem de pacientes e acompanhamento da evolução dos sintomas da covid-19, faz com que o acesso ao sistema de saúde ocorra de maneira coordenada, contribuindo para não sobrecarregar os hospitais e unidades de pronto atendimento.

Os resultados preliminares de viabilidade dessa tecnologia constam do estudo Covid-19 in Brazil - Preliminary Analysis of Response Supported by Artificial Intelligence in Municipalities, publicado no jornal Frontiers in Digital Health, considerado referência internacional para trabalhos que abordam as intersecções entre saúde e tecnologia.

Eficácia

No momento, os pesquisadores estão executando novos estudos com o robô Laura Care para avaliar a segurança e eficácia desse algorítimo para implementação em mais ampla escala, em nível nacional. “O que a gente ainda precisa fazer, daqui para a frente, é mostrar que a ferramenta tem eficácia na avaliação dela e que ela é segura”. Essa fase nova tem prazo de conclusão prevista em torno de três a seis meses.

Murilo Guedes afirmou que a tecnologia está sendo aplicada em outros contextos, sejam públicos, como sistemas de saúde municipais, ou privados, como seguradoras de saúde. “Ou outras instituições que possam se beneficiar da triagem, usando inteligência artificial para pacientes que procuram pronto atendimento”. Isso se aplica não só para a covid-19, mas para outras doenças.

De acordo com o pesquisador, o objetivo é que a tecnologia seja aplicada em todos os contextos na medicina de urgência e emergência, para triagem de pacientes para pronto atendimento. “O grande objetivo aqui é otimização de recursos em saúde para desafogar as instituições de saúde”, disse o pesquisador da universidade. 



Mega-Sena pode pagar R$ 38 milhõs neste sábado

A Mega-Sena pode pagar R$ 38 milhões neste sábado (31) ao apostador que acertar as seis dezenas do concurso 2.395. O sorteio será realizado a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo (SP), com transmissão ao vivo pelas redes sociais (perfil @LoteriasCAIXAOficial no Facebook) e pelo canal da Caixa no Youtube.

As apostas podem ser feitas até as 19h de hoje em qualquer lotérica do país, no portal Loterias Caixa e no app Loterias Caixa (disponível para Android e iOS). Clientes do banco também tem a opção de apostar por meio do Internet Banking Caixa.

O valor de uma aposta simples (6 dezenas) na Mega-Sena é de R$ 4,50.

Por se tratar de um concurso com final 5, o prêmio recebe ainda um adicional, conforme regra da modalidade.

Saiba mais no Caixa Notícias.



Série D: Madureira busca reabilitação e São Bento tenta 1ª vitória

Após perder a invencibilidade na Série D do Campeonato Brasileiro, o Madureira-RJ mira a reabilitação neste sábado (31). Do outro lado, o São Bento-SP busca a primeira vitória na competição. O duelo da nona rodada do Grupo 7, no estádio Aniceto Moscoso, na zona norte do Rio de Janeiro, será transmitido ao vivo na TV Brasil às 15h (horário de Brasília).

O Tricolor Suburbano carioca perdeu a liderança da chave na rodada passada, ao perder para o Santo André-SP por 2 a 0 no estádio Distrital do Inamar, em Diadema (SP). A primeira derrota após oito jogos derrubou os cariocas para o terceiro lugar, com os mesmos 13 pontos do Ramalhão, que tem uma vitória a mais (quatro a três).

O zagueiro Guilherme Xuxa e o atacante Guilherme Augusto estão fora por terem contraído o novo coronavírus (covid-19). O lateral-direito PC, que se recuperou de um estiramento muscular, é dúvida. O técnico Alfredo Sampaio deve escalar o Tricolor com: Lucão; Léo Barboza, Mario Pierre, Thiago Medeiros e Juninho Monteiro; Feitosa, Leandro Sardinha e Rafinha; Romário, Sampaio e Índio.

O Bentão paulista é o lanterna do grupo, com cinco pontos, todos provenientes de empates. Na última rodada, os paulistas foram derrotados pelo Cianorte-PR, por 1 a 0, no estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba (SP). A equipe está seis pontos atrás do clube paranaense, que aparece em quarto lugar e ocupa a última vaga ao mata-mata.

O técnico Paulo Roberto Santos tem dois desfalques: o lateral-esquerdo Marcelo Sendeski (desconforto na posterior da coxa) e o atacante Johny (panturrilha). A provável formação terá Cleber Alves; Makelele, Dogão, Douglas Mendes e Alysson; Fábio Bahia, Fraga e Kadu; Kayan, Judson e Anderson Cavalo.

Os rivais deste sábado se encontraram há três semanas, em Sorocaba. O duelo foi decidido nos acréscimos e terminou empatado em 1 a 1. O zagueiro Dogão abriu o marcador para a equipe paulista à frente aos 17 minutos do primeiro tempo, mas o atacante Douglas Cunha, aos 48 da etapa final, evitou a derrota dos cariocas.